sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Vinhos da Península de Setúbal continuam a investir no mercado brasileiro



Os Vinhos da Península de Setúbal (Portugal) receberam recentemente importantes reconhecimentos. Trinta e dois moscatéis da região obtiveram excelente pontuação na prestigiada publicação The Wine Advocate/eRobert Parker. Mark Squires, provador oficial dos vinhos de Portugal para a publicação, descreve-os como “os melhores vinhos que ainda desconhecemos”. No final de 2015, o mesmo especialista destacou 22 vinhos tintos finos, da casta Castelão predominantemente (com pelo menos 50% da uva), que atingiram entre 85 e 92 pontos na lista da The Wine Advocate (veja a lista abaixo). Nas palavras de Squires, “os vinhos envelhecem lindamente de forma a fundir a intensidade de sabor com notas mais maduras e começam a parecer simplesmente maravilhosos”.
Segundo o presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal  (CVRPS), Henrique Soares, as avaliações positivas são o resultado dos investimentos feitos pelos produtores nos últimos anos. “São classificações que muito nos  orgulham. Os Castelões, especialmente, colocam a Península de Setúbal em um patamar de qualidade em que poucas regiões conseguem chegar. Além disso, essas críticas têm relevante impacto em mercados como Reino Unido, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, China, norte-americanos e também no Brasil, o que nos leva a esperar bons resultados em 2016”, avalia. 
O investimento no mercado brasileiro é uma das prioridades para 2016, de acordo com Soares. Ele destaca que a CVRPS marcará presença nos eventos “Vinhos de Portugal” (parceria com o Jornal O Globo) e na “III Ronda Enogastronômica dos Vinhos da Península de Setúbal”, ambos a serem realizados no Rio de Janeiro e em São Paulo. Também estão programadas palestras para profissionais do setor nas Associações Brasileiras de Sommeliers do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Campinas, de Belo Horizonte e de Brasília. Soares destaca ainda a expectativa de aumento de vendas por conta do movimento que será gerado durante os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. “Esperamos que seja mais uma chance de crescimento para os vinhos portugueses no Brasil, oportunidade que procuraremos agarrar com ambas as mãos”.   
Embora as taxas sejam altas para os vinhos importados, os produzidos em
Portugal estão entre os mais consumidos no Brasil. Heitor Soares acredita que, mesmo com a crise financeira prevista para o país e para o mundo, os vinhos portugueses manterão seu lugar na mesa do consumidor brasileiro. “A crise tem sido uma oportunidade para a Península de Setúbal, tanto no mercado português quanto pelo mundo. O Brasil é um exemplo. Nosso preço é, por vezes, ligeiramente inferior ao das escolhas habituais. Isso abre uma porta para que o consumidor experimente nossos vinhos. Geralmente, as pessoas ficam muito satisfeitas com a qualidade e se tornem fieis à região”, comemora.
Henrique Soares ressalta a proximidade histórica com o mercado brasileiro e brinca: “A grande percentagem de DNA que partilhamos faz com que um vinho português, no Brasil, seja quase um produto ´made in Brasil’. Da mesma forma, em Portugal, quando compramos produtos brasileiros, sentimos que estamos optando por um ‘made in Portugal’. Entre uma manga ou um papaia produzidos no Brasil ou noutro país qualquer não hesitamos em comprar a proveniência ‘portuguesa’!”.

Pontuação de RobertParker.com

2009    Periquita Superyor               José Maria da Fonseca                                    92
2008    Periquita Superyor               Maria da Fonseca                               92
2009    A.S. Cinquenta                                  António Saramago                  91
2013    Grande Reserva Vinhas Velhas Casa Agrícola Horácio Simões       91
1999    Periquita                                José Maria da Fonseca                        90
2013    Quinta da Mimosa                 Casa Ermelinda Freitas                                   90
2013    Quinta do Piloto Reserva     Quinta do Piloto                                  90
2012    Pegos Claros Vinhas Velhas Herdade de Pegos Claros                    90
2010    António Saramago Reserva António Saramago                              89
2013    Serra Mãe Reserva                SIVIPA                                                 89
2013    Vinha Val’dos Alhos              Casa Agrícola Horácio Simões             89
2013    Dona Ermelinda Reserva      Casa Ermelinda Freitas                       88
2012    Pegos Claros                          Herdade de Pegos Claros                    88
2013    ASF Fernão Pó Adega                       Freitas &Palhoça                     88
2013    Adega de Palmela Reserva 60         Adega C. de Palmela               88
2010    Lobo Mau Reserva                 Casa Agrícola Assis Lobo                     88
2012    Quinta do Piloto Reserva     Quinta do Piloto                                  88
2011    Fontanário de Pegões           Coop. Agrícola St. Isidro de Pegões    88
2013    Periquita Original                 José Maria da Fonseca                        87
2013    Villa Palma Colheita Seleccionada  Adega Coop. de Palmela         87
2012    Sobreiro Premium     Coop. Agrícola St. Isidro de Pegões                87
2013    Palmela                      Adega Coop. de Palmela                                 85

Casta tinta Castelão: É a mais cultivada no sul de Portugal. Possui um grande poder de adaptação a diferentes condições climáticas, o que lhe dá uma notável versatilidade. É conhecida na região da Península de Setúbal por Periquita, nome que teve origem na propriedade chamada Cova da Periquita, estabelecida na localidade de Azeitão por José Maria da Fonseca, por volta de 1830. A casta ocupa cerca de 60% do encepamento da Península de Setúbal, região à qual se adapta muito bem. É sobretudo nos terrenos arenosos e nas vinhas velhas da região que a casta dá o melhor de si e de onde saem os vinhos mais estruturados, carnudos e intensos. Os vinhos da casta Castelão são frutados, insinuando aromas de cereja, groselha, castanha, ameixa confitada, amoras e framboesa, que se harmonizam bem com o estágio em barris de carvalho. Apresentam excelente capacidade de envelhecimento.

A CVRPS tem como principal missão a defesa das DO Setúbal e Palmela e IG Península de Setúbal, bem como a aplicação da respectiva regulamentação, o fomento e controle dos vinhos produzidos nas respectivas áreas geográficas e a garantia da sua origem, genuinidade e qualidade. http://www.vinhosdapeninsuladesetubal.pt/

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