sábado, 13 de dezembro de 2014

Ovinocultura sem fronteiras




                              Ovinos Dorper em expansão
                               Arquivo JN

Os criadores de Dorper estão comemorando as novas oportunidades que se abrem ao crescimento da raça no País. Paulo Augusto Franzini, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Dorper (ABCDorper) - secretaria@abcdorper.org.br, mandounos um artigo sobre o tema. Ei-lo:
“Desde maio, quando da assembleia anual da OIE (Organização Internacional de Saúde Animal), comemoramos a derrocada das barreiras contra febre aftosa em todo Nordeste. Pela terceira vez, levamos nossa principal exposição para Salvador (BA), e também iniciamos um projeto para estimular a cadeia produtiva ovina, apresentando p-eculiaridades e cases por essa região.
Entendo que deve ser uma de nossas responsabilidades, afinal, é inconteste a participação das raças Dorper e White Dorper no desenvolvimento de um padrão de qualidade para a carne de cordeiro. De modo geral, não podemos esquecer jamais que foi por causa dessa preocupação que criamos demandas maiores para o produto carne e nossa genética.
Quando falamos nesse assunto, é preciso entender que o Nordeste será crucial no desenvolvimento da ovinocultura. Cerca de 56% do rebanho nacional de ovinos, ou 9,5 milhões de cabeças, nessa região. Deste total, quase um terço está na Bahia. Mas fique atento. Essa conquista por si só não é santo milagroso.  Darei um exemplo. A Bahia, assim como Sergipe, recebeu classificação de zona livre de aftosa com vacinação em 2003, só que de lá pra cá pouca coisa aconteceu. O produto de origem até hoje enfrenta concorrência com o abate informal.
A qualidade será essencial no processo de produção sem a qual não vamos para lugar nenhum. O consumidor deseja é a carne de cordeiro, de animais abatidos ainda jovens. Lembre-se que, por um lado faltam ovinos, mas do outro tem gente disposta a produzi-los, mesmo enfrentando burocracias.
Em Xique-Xique, na Bahia, por exemplo, um projeto gigantesco dá seus primeiros passos, com a inseminação de 600 matrizes comerciais. Ele só deve se estabilizar quando chegar a 15 mil matrizes. Existem outros exemplos, como o Baby Pode, de Feira de Santana (BA), que opera com menos de 50% de sua capacidade.
Para sustentar o desejo de consumo que despertamos, faz-se necessário investir na genética. Os criadores que a produzem, de certa forma, vão muito bem, só que os nordestinos ainda resistem um pouco em usar carneiros selecionados. No entanto, quando o fazem, logo se rendem aos ganhos de heterose.

Todos têm a chance de se beneficiar dessa conquista, basta apenas vontade, e investimento. A ovinocultura só vai prosperar quando houver matéria-prima suficiente para atender ao menos a demanda interna.”

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