sábado, 13 de dezembro de 2014

Livro Memórias do Vinho Gaúcho registra episódios da cultura vinícola do Rio Grande do Sul




                                         O livro conta a história do vinho gaúcho em três volume
                                Rinaldo Dal Pizzol, produtor de vinhos e historiador
                                   Sérgio Inglez de Souza, jornalista e historiador do vinho
                                    Fotos Arquivo JN

Nas 752 páginas, distribuídas em três volumes, Rinaldo Dal Pizzol e Sérgio Inglez de Sousa fazem um amplo relato entre 1620 e 2010. Foram 30 anos recolhendo documentos de fatos relacionados ao universo vitivinícola, ocorridos entre os anos de 1620 e 2010, para a organização do livro Memórias do Vinho Gaúcho, de autoria de Rinaldo Dal Pizzol e Sérgio Inglez de Sousa. Neste ano, o lançamento acontecerá em dois momentos: no dia 15 de dezembro, no Ecomuseu da Cultura do Vinho, em Bento Gonçalves, e no dia 17 de dezembro, na Farsul, em Porto Alegre. No início de 2015 será lançado em São Paulo e nos dias 25 e 26 de fevereiro será apresentado especialmente para o setor vitivinícola em Bento Gonçalves e Flores da Cunha.
O levantamento das memórias começa pelos primórdios da vitivinicultura gaúcha, entre 1600 e 1875, em que trata, por exemplo, dos jesuítas como os primeiros viticultores gaúchos, e se encerra com as grandes transformações do vinho brasileiro entre 1990 e 2000.Entre os documentos, destacam-se fotos históricas, como o registro, em 1923, de comandantes da Revolução Federalista, entre eles Oswaldo Aranha, Gomercindo Saraiva e Flores da Cunha, embaixo de uma pérgola de videira em Dom Pedrito; e um anúncio da fazenda Quinta do Seival, de propriedade João Marimon e seus filhos, em Bagé, considerado o maior estabelecimento vitivinícola do Estado naquela época. Além disso, a obra traça um perfil do imigrante ítalo-vêneto e resgata informações como a quantidade de vinho que as colônias Dona Isabel e Conde d´Eu, respectivamente hoje Bento Gonçalves e Garibaldi, produziam em 1883. Como fatos mais recentes, o livro trata da criação do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), em 1998, e a primeira Avaliação de Vinhos da Associação Brasileira de Enologia (ABE), em 1993.
O livro Memórias do Vinho Gaúcho, ultrapassa o papel de simples suporte de memórias do segmento e lança elementos para a compreensão da verdadeira  essência da atividade vitivinícola gaúcha, qualquer que seja o ponto de vista: técnico, social, político e cultural. A intenção foi trazer a público o vinho gaúcho enquanto um produto do esforço humano em suas comunidades e vinculado a seus modos de vida, que sempre é carregada de produções simbólicas e de sentidos.
Para Rinaldo Dal Pizzol, o livro pretende chamar a atenção das lideranças que conduzem a economia e a cultura estadual e nacional produzindo análises e reflexões, além de incentivar a comunidade vinícola gaúcha a vasculhar as evidências de seu passado para contribuir com essa história e estimular para que a obra possa ser ampliada, aprofundada e modificada, se for preciso. “Espero que a extensa busca realizada sobre o vinho gaúcho e sua cultura também possam estimular outros setores para que contem suas histórias, pois esse registro é uma forma de difundi-las”, ressalta.
Distribuído em três volumes, que totaliza 752 páginas, a obra é financiada pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet, PRONAC 128357. Tem apresentação do escritor Luis Fernando Veríssimo, conta com prefácio ex-ministro da Agricultura Francisco Turra e prólogo do empresário Raul Randon.
O livro Memórias do Vinho Gaúcho foi editado pela AGE Editora. São patrocinadores: Banco Bradesco, Randon, Fras-le, Carraro, Salton, Verallia, Telasul, Meber, Concresul, Toniollo Busnello, SCA e tem como apoiadores a Farsul, Senar e Sebrae.
 Autores 
Rinaldo Dal Pizzol é natural de Bento Gonçalves (RS) e formado em Ciências Econômicas. Desde 1960 foi diretor de empresas do setor vinícola. Presidiu a União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra) e foi vice-presidente da Festa Nacional do Vinho, em Bento Gonçalves, e da Festa Nacional do Champanhe, em Garibadi. Atualmente preside o Instituto R. Dal Pizzol, atua como consultor de empresas vinícolas no Brasil e do exterior, é diretor da Dal Pizzol Vinhos Finos. O Instituto é responsável pela recente constituição do Ecomuseu da Cultura do Vinho que abriga entre outros atrativos culturais uma bem organizada coleção ampelográfica privada (de videiras), em campo, com cerca de 400 variedades, exposição a céu aberto e sala de exposição de longa duração que estão à disposição dos visitantes. 
Sérgio Inglez de Sousa é natural de Piracicaba (SP) e engenheiro mecânico por formação. Dedicou-se ao estudo do vinho viajando por praticamente todos os países produtores das Américas, Europa, África do Sul e Oceania. Tem mais de uma centena de artigos sobre a matéria, publicados nas principais revistas especializadas brasileiras. Ministrou cursos no Senac, foi Presidente da Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho e, dentre seus livros sobre a cultura do vinho, destacou-se Vinho – Aprenda a degustar e a trilogia Vinho Tinto, Vinho Branco, Espumante – o prazer é todo seu. Sérgio é filho e sucessor de uma personalidade ligada à cultura da uva e do vinho, o professor, pesquisador e escritor Julio Seabra Inglez de Sousa; autor do famoso e apreciado livro Uvas para o Brasil, editado pela Cia Melhoramentos, de São Paulo, em 1969.




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