domingo, 28 de setembro de 2014

Rio Wine and Food Festival encerrou a sua segunda edição em grande estilo e arrecadou R$ 65 mil em leilão de vinhos


O Rio Wine and Food Festival, evento para os amantes de vinho e gastronomia, chegou ao fim, dia 21 de setembro,depois de uma semana de muitas atividades. Durante os sete dias do festival, realizado entre 15 e 21 de setembro,  milhares de pessoas foram mobilizadas no Rio de Janeiro. Só a Feira Show, grande novidade de 2014, reuniu em um único dia 1.100 pessoas, 34 expositores e cerca de 500 rótulos de vinhos nacionais e estrangeiros. A semana, pioneira no Brasil, encerrou sua segunda edição com um Leilão Beneficente de Vinhos, no hotel Fasano, onde foram arrecadados R$ 65 mil reais.
"Ver uma cidade do porte do Rio de Janeiro vivenciando e curtindo o nosso festival nos enche de alegria, foram diversas ações, começando num ícone carioca, o Copacabana Palace e terminando no não menos badalado hotel Fasano, desta vez numa ação beneficente, pois não vemos uma atividade como está sem a parte social. Mas o melhor foi ver a diversidade de ações e públicos impactados, foram dois dias de seminário na FGV, subimos o morro, circulamos pela cidade com o Wine Bus, convidando a população e turistas a provarem os vinhos do Brasil. Tive o prazer de ver gente degustando pela primeira vez e surpresa com o preço de alguns vinhos", diz Sergio Queiroz, produtor e idealizador do evento, ao lado de Marcelo Copello.
A abertura no hotel Copacabana Palace, reuniu 220 convidados, na ocasião foi anunciado o melhor Sommelier do Ano. Thiago Roberto subiu ao palco do Golden Room para receber o prêmio das mãos de Nuno Belo, Cônsul Geral de Portugal e de Ricardo Farias, Presidente da ABS Rio. A acirrada competição foi realizada em parceria com a ABS Rio. Também foram anunciados os vencedores do Troféu Vinha Velha, a "Personalidade do Vinho no Brasil em 2014" coube a Carlos Cabral, consultor do grupo Pão de Açúcar e muitos anos dedicados ao mercado do vinho. Como "Produtor Brasileiro", Adriano Miolo; e como "Revelação MundoVinis", o enólogo e dirigente do Ibravin, Dirceu Scottá. Numa ação inédita, pela primeira vez na história os chefs do hotel trabalharam juntos, cada um assinando um dos pratos do menu, para proporcionar uma noite enogastronomica inesquecível aos convidados.
O seminário Vinho & Mercado, realizado nos dias 16 e 17, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), com apoio do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e da Associação Portuguesa de Cortiça (Apcor), contou com palestras e debates ricos em conteúdo, deixando o público entusiasmado com a ação. Um ponto foi comum nas palestras, a necessidade de tornar mais simples a comunicação do vinho, tornando a bebida de Baco mais acessível à todos. Os principais nomes do mercado produtor e importador debateram temas como marketing, vendas, tributação e e-commerce, na sede da instituição, em Botafogo. Entre os palestrantes, Susana Balbo, atual presidente da associação Wines of Argentina, Márcio Milan, vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Diego Bertolini, do Ibravin, Adriano Miolo, presidente do grupo Miolo, e Rogério Salume, presidente do Wine.com.br, um dos maiores sites de venda de vinhos no mundo. Estes foram apenas alguns entre os 12 palestrantes dos dois dias do evento.
O Clube Naval Piraquê, na Lagoa, recebeu no dia 18/09 a Feira Show, uma das grandes novidades na programação. Especialistas, amantes da bebida e curiosos, se reuniram em uma área de 1.200 m², com palestras, degustações, como a "Brasil de Guarda" e prova às cegas de espumantes "Brasil x resto do Mundo", em que o Estrelas do Brasil foi o grande vencedor. Os vinhos nacionais ganharam área exclusiva. Alguns dos melhores produtores apresentaram suas novidades, como Aurora, Miolo, Salton, Casa Valduga, Luis Argenta, Vila Francioni e Cave Geisse, apenas para citar alguns dos participantes. A ação contou com apoio do Ibravin e da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Rio Grande do Sul. A satisfação dos expositores e público era facilmente percebida.
Durante a Feira Show, foi realizado o concurso de design de garrafas e rótulos. O Quinta da Pedra Alvarinho conseguiu um feito histórico, ficando em primeiro lugar nas duas categorias, sendo seguido por Vila Francioni Mundo Exterior e Aurora Chardonnay Pinto Bandeira, no concurso de design de rótulos; e Luiz Argenta Riesling e Luiz Argenta Jovem Rosé, no design de garrafas.
O movimento “Rio Rolha Zero” não poderia faltar e este ano contou com a adesão de mais de uma centena de estabelecimentos. Os clientes não pagaram taxa de rolha ao levarem vinhos aos restaurantes parceiros durante a semana do festival. Alguns estabelecimentos foram além, oferecendo promoções e degustações, entre eles o Porcão. Outra ação inédita foi Rolha Viva, iniciativa da organização do RWFF para a reciclagem de rolhas através da ONG ADERE, que transformará o material em peças de artesanato. Esta ação contou com o apoio da Apcor.
O cenário estonteante da cidade do Rio de Janeiro serviu de fundo para o Wine Bus. O ônibus percorreu os principais pontos turístico cariocas, convidando passageiros a uma viagem de sabores. A alternativa de transporte coletivo e consciente ofereceu aos amantes do vinho, além do tour, uma degustação gratuita de rótulos nacionais. A ação teve apoio da Fetranspor. No sábado (20/09), uma das paradas do Wine Bus foi no CADEG, outro já consagrado participante do festival, que este ano ofereceu um show de jazz e várias degustações, como a de Vinhos Verdes de Portugal.
“O CADEG já é uma parada obrigatória e lá também vimos o carinho dos lojistas e frequentadores com o RWFF e muitos restaurantes como os banners do Rio Rolha Zero. Não dá para contar tudo, a semana foi simplesmente sensacional",exalta Sergio Queiroz.
A semana agitada, ainda contou com jantares harmonizados, degustações, incluindo provas de vinhos raros, promoções em lojas, bares, restaurantes e supermercados. Destaque para a Degustação de Porto Raros, que contou com vinhos de safras antigas como 1938 e 1941 e até do século XIX. O Porto Jubileu, degustado nesta prova, é composto majoritariamente pela safra de 1867, a safra mais antiga existente em barricas. Em outra das provas especiais da semana, a Degustação Triplice Exellence, apresentada pelo criador do grupo O. Fournier, José Manuel Ortega, os convivas puderam testar vinhos das três vinícolas da empresa, com sedes na Argentina, Chile e Espanha, incluindo algumas das garrafas da adega pessoal do proprietário.
O RWFF não para por aí. No dia 2 de novembro, ainda como parte da programação do festival, acontecerá a Grande Prova Vinhos do Brasil, que será publicada no Anuário Vinhos do Brasil. O evento promete reunir na cidade maravilhosa cerca de 1,5 mil garrafas de vinhos brasileiros avaliadas às cegas por um grande júri.
Durante o RWFF, os rótulos brasileiros tiveram lugar de destaque. A grande participação de expositores na Feira Show e no seminário Vinho & Mercado, ambos apoiados pelo Ibravin, comprovam que o produto está ganhando cada vez mais espaço. Vinhos brasileiros antigos, foram os protagonistas da degustação Brasil de Guarda. Outros foram destaque no concurso de design de garrafas e rótulos. Além disso, houve presença de marcas nacionais em várias atividades do evento, desde o jantar de abertura, no Copacabana Palace, até as garrafas servidas dentro do Wine Bus ou os servidos e leiloados no hotel Fasano.
O Estrelas do Brasil Brut Champenoise, ealborado pelo meu amigo Alejandro Cardozo, em parceria com o Irineo Dall´Agnol, na bela Faria Lemos, na serra gaúcha, levou a melhor em uma prova às cegas surpreendente entre espumantes nacionais contra de outros países, incluindo champanhe, cavas, proseccos, argentinos e chilenos. Foram 26 "jurados", entre enólogos, sommeliers e enófilos. Nomes como Adriano Miolo, diretor do grupo Miolo, Dirceu Scottá, vice-presidente do Ibravin, Duda Zagari, importador carioca, João Carlos Callas, importador de São Paulo, o enoviajante, Horácio de Barros, e Roberto Rodrigues, diretor da ABS Rio e especialista em espumantes estavam presentes. O rótulo produzido no sul do país foi escolhido quase que por unanimidade.
Já a degustação Brasil de Guarda, apresentou vinhos brasileiros de 10 a 40 anos de idade. O objetivo era atestar que o Brasil tem vinhos de qualidade e já com idade avançada, algo ainda desconhecido por grande parte da população. "Provar vinhos brasileiros feitos nas décadas de 1970, 1980 e 1990, em perfeito estado é não apenas emocionante e didático, mas também certeza de que nossos vinhos têm qualidade e potencial de envelhecimento" comenta Marcelo Copello.
O encerramento do Rio Wine and Food Festival, foi no hotel Fasano, com a realização do Leilão de Vinhos Beneficente. Um selecionado grupo de 60 pessoas prestigiou a noite beneficente, em prol do Solar Meninos de Luz, instituição filantrópica fundada por Iolanda Maltaroli e de Moraes Rego há 30 anos. Com 50 lotes leiloados, por Adilson Rachid, foram arrecadados R$ 65 mil reais.

Destaque para o Chateau Margaux 1989, de seis litros, doado pelo marchand Jones Bergamin, o Peninha, e Marcelo Copello. A garrafa foi arrematada por R$ 21 mil reais. Peninha, que não pode comparecer, ligou e convenceu o comprador a lhe revender por R$ 27 mil reais. Todo o dinheiro foi imediatamente revertido para o Solar Meninos de Luz.

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