quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Alentejo 17 - Herdade da Malhadinha Nova

                                          Alexandra Bobone na Malhadinha Nova
                                          Enólogo Nuno Gonzales 

A visita à herdade da Malhadinha Nova, em Albernôa,no dia 24 de janeiro de 2014, também foi um retorno. Desta vez, não encontrei o João Soares, proprietário da adega, que estava viajando, mas fomos muito bem recebidos pela Alexandra Bobone, que nos mostrou toda a propriedade de 450 hectare, nos quais, além de vinhas e oliveiras, produz-se porco preto, ovelhas Merino Alentejano, gado Alentejano e cavalos Lusitanos. Depois, o Nuno Gonzales, enólogo residente, nos mostrou os lagares modernos, onde se faz pisa a pé e com um robô, conforme o vinho que se deseja obter. A malolática é feita em barricas novas de carvalho francês e todos os tintos ficam de nove a 20 meses em barricas usadas, parcela a parcela. “O objetivo, é fazer o melhor vinho possível”, disse Gonzales.
A degustação começou com o Antão Vaz 2013, retirado da cuba, que mostrou boa acidez, bons aromas e muito leve. Depois, um 95% Roupeiro e 5% Verdelho, também 2013, muito fresco e potente; o Verdelho 2013, cujas notas florais prometem; e o Rosé da Peceguina 2013, com Aragonez e Touriga Nacional, ácido, equilibrado, macio, fresco, sem doçura. E fomos para os prontos: o Malhadinha 2012, 100% Alicante Bouschet, que passou 14 meses em barrica de carvalho francês, já com muito chocolate e aroma marcante de amêndoa torrada; o Malhadinha Tinta Miúda 2012, elegante, com muita fruta fresca; o  Monte da Peceguina 2012 Branco, com Antão Vaz, Verdelho, Roupeiro e Arinto, um vinho fresco, de boa acidez, frutado, floral e mineral, do qual foram elaboradas cerca de 400 mil garrafas. Fácil de degustar, com 13º de álcool. O oitavo vinho foi o Monte da Peceguina Tinto 2012, com Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Syrah, Touriga Nacional, Aragonez e Tinta Miúda que passou 12 meses em barricas de carvalho francês usadas, um vinho muito rico, com muita fruta, mais fresca do que madura, com complexidade no nariz. Tem 14º de álcool e é vendido, em Portugal, por E 9,90.
Degustados os vinhos, fomos almoçar no restaurante Espelho d´Água (Parque da Cidade),em Beja, porque o da Malhadinha Nova está em obras, aproveitando o período da baixa temporada. Começamos, é claro, pelos petiscos alentejanos, como orelha de porco, azeitonas pretas, torresmo de rissol, polvo, queijo de Serpa, e os pratos principais foram sopa de garoupa em belo caldo atomatado no qual se mergulha o gostoso pão alentejano e migas de aspargo com carne de porco preto frita. O desfile de vinhos continuou: Monte da Peceguina 100% Antão Vaz 2012, com 13º de álcool, sem madeira, que harmonizou bem com a sopa de peixe.; Malhadinha Nova Branco 2012, com Arinto, Viognier e Chardonnay, que pasou oito meses em carvalho francês, 13,5º de álcool, amanteigado; Malhadinha Nova Touriga Nacional 2012, com 12 meses de madeira francesa nova, 15º de álcool; o Monte da Peceguina Tinto 2012, um vinho fresco, com Aragonez, Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Trincadeira e Syrah, 14º de álcool, harmonizado perfeitamente com a carne de porco; o Malhadinha Tinto 2011, com Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Touriga Nacional e Tinta Miúda, pisado a pé, com 14/15 meses de barricas francesas novas. Nesta edição, foi a primeira vez que o Syrah deixou de entrar no Malhadinha Nova. Ao final, na sobremesa, o Malhadinha Nova Late Harvest 2010, 100% Petit  Manseng, com excelente acidez e não demasiadamente doce, com 12,5º de álcool, vendido em Portugal por E 20,00.
Das provas e da conversa com o enólogo Nuno Gonzales ficou uma certeza: sobre a safra de 2010:
 tanto o Syrah quanto o Malhadinha Nova, vinhos diferentes, são muito bons. Não deixem de provar.

Herdade da Malhadinha Nova – e-mail: reservas@malhadinhanova.pt

Nenhum comentário: