quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Alentejo 06 – Roquevale, no sopé da serra d´Óssa

                                          Joana Roque do Vale, da Roquevale
                                Roquevale, na região vitivinicola de Redondo

Apesar da antiga tradição vitivinícola do Alentejo, a maioria das atuais adegas é de criação recente, graças ao crédito abundante que foi oferecido a Portugal pela Comunidade Econômica Européia antes da atual crise econômico-financeira que atinge toda a Europa. A Roquevale não é uma das mais novas, mas construiu sua adega em 1989, conforme informação de Joana Roque do Vale, que nos recebeu, dia 22 de janeiro, de manhã, em Redondo. São duas herdades – Monte Branco e Madeira Nova de Cima – com cerca de 189  hectares de vinhas que produzem 8 milhões de litros/ano, os quais são vendidos 85% no mercado nacional e o restante exportado para Brasil, Macau, Angola, Canadá, Estados Unidos e Bélgica. A propriedade tem 200 há. É um dos maiores produtores privados de vinho do Alentejo.
O primeiro vinho veio diretamente da cuba: Redondo 2013 Branco, com Roupeiro, Rabo-de-Ovelha, Fernão Pires, Arinto. É um vinho para o dia-a-dia, explicou Joana, tem frescor, é gastronômico. Seguiu-se o Rosé Terras de Xisto 2013, tirado diretamente da cuba. Um vinho completamente seco, um pouco diferente dos rosés aos quais estamos asostumados no Brasil, elaborado com as uvas Touriga Franca, Aragonez e Castelão. Muito fresco, bom para acompanhar refeições. Depois, o Terras de Xisto Tinto 2013, elaborado com Aragonez, Trincadeira, Castelão e Moreto, tem frescor, elegância e retrogosto bem acentuado.
O quarto vinho apresentado por Joana Roque do Vale foi o Tinto da Talha Grande 2011, com Trincadeira, Castelão e Aragonez, vinho bem elaborado, pouco frutado, balsâmico, mostra chocolate. Não é um vinho consensual. Há quem não goste de suas características mais marcantes. Depois, o Tinto da Talha Escolha 2009, com Alicante Bouschet e Touriga Nacional, cujo nome lembra os romanos que habitaram o Alentejo e faziam vinhos em grandes talhas de barro. Durante a fermentação malolática, passou três semanas no carvalho francês. Destacou-se pela frescura. Um vinho pronto para beber e não para guardar. Este vinho deve chegar ao Brasil por R$ 55,00.
O sexto vinho foi o Roquevale Reserva Alentejo DOC 2006, com Alicante Bouschet, Tinta Caida e Touriga Nacional, que passou 24 meses em barrica de carvalho francês. Este vinho destacou-se tanto que recebeu várias medalhas de ouro e prata em concursos pelo mundo. O sétimo, foi o Roqueval Reserva 2009, com Alfrocheiro, Aragonez e Alicante Bouschet, que passou 12 meses em barricas de carvalho francês. E, a seguir, fomos os primeiros a degustar o Roquevale  Gran Reserva 2009, que virá este ano para o mercado. Na minha opinião, poderia ficar um pouco mais na adega. Os taninos já não são agressivos, mas o vinho mostra que tem excelentes condições de evoluir. É bem equilibrado, passou 24 meses nas barricas de carvalho francês, que amalgaram a Tinta Caiada, a Alicante Bouschet e a Touriga Nacional. Quando chegar ao Brasil, custará em torno de R$ 120,00.

Roquevale – e-mail: geral@roquevale.pt

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