quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Alentejo 01 – Alentejo já exporta 2,3 milhões de litros de vinhos para o Brasil e quer aumentar as vendas


                                          Maria Amélia Vaz da Silva
                                          Maria Teresa Chicau
O nosso grupo jantando com Luís e Miguel Douro: Karina Papa, Danilo Ucha, Luis, Miguel, Jeriel Costa e Pedro Mello e Souza

O território do Alentejo, em Portugal, que tem este nome porque está “além do Tejo”, o rio caudaloso e histórico que banha Lisboa, produz vinhos há mais de dois mil anos, desde os tartessos, da cultura megalítica (José Gonçalves, da Herdade Monte Novo e Figueirinha nos mostrou os restos de uma cidade da Era do Ferro, descoberta sob a atual cidade de Beja), passando por fenícios, gregos, romanos e outros povos que ocuparam a península ibérica. Neste tempo todo, teve altos e baixos, mas sempre conhecido como um bom vinho. Hoje, o Alentejo vive um novo momento de grandes vinhos e partiu para a conquista de mercados pelo mundo todo, inclusive o Brasil, para onde já exporta 2.340.000 litros/ano e pretende aumentar as vendas. Outros mercados importantes são Angola (3.912.000 litros), Estados Unidos (1.386.000 l), China (782.000 l), Canadá (753.000 l), Suiça (554.000 l), Japão (249.000 l), Russia (209.000 l), Moçambique (169.000 l) e Noruega (118.000 l).
Estive alguns dias visitando vinícolas no Alentejo, em companhia dos colegas brasileiros Karina Papa, chefe de cozinha e blogueira, de Sorocaba (SP), Jeriel Costa, do Blog do Jeriel, também de São Paulo, e do Pedro Mello e Souza, do Rio, especialista em vinhos e comidas que está concluindo uma enciclopédia sobre estes temas já com 50 mil verbetes (o Larousse tem 9 mil). Nossa guia foi a Maria Amélia Vaz da Silva, diretora de marketing da Comissão Vitivinicola Regional Alentejana (CVRA), que, além de nos apresentar a produtores e enólogos, nos forneceu as informações sobre o setor que vou usar nestes textos. Estivemos na sede da CVRA, em Évora, onde fizemos degustação dos vinhos Herdade da Comenda Grande e da Casa Agrícola HMR e conhecemos a Maria Teresa Chicau, responsável pela divulgação dos eventos da CVRA.
A CVRA reúne 360 associados (263 produtores mais 97 comerciantes de vinhos) que plantam 21.970 hectares, e produzem, em 11.371 ha, vinhos considerados DOC – Denominação de Origem Controlada – e em 10.599 há vinhos RA – Regional Alentejano. A produção média por hectare é de 5.500 kg. A região produz  22,7% dos vinhos portugueses.Em 2012, a produção do Alentejo foi 78,2% de tintos, 20,4% de brancos e 1,4% de roses.
Existem 8 regiões demarcadas para vinho DOC – Borba, Évora, Granja-Amareleja, Moura, Portalegre, Redondo, Reguengos e Vidigueira -, nas quais só podem ser produzidas, entre as uvas tintas, Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Aragonez, Cabernet Sauvignon, Castelão, Syrah, Touriga Nacional e Trincadeira. Entre as brancas, Antão Vaz, Arinto, Fernão Pires, Manteúdo,Perrum, Rabo-de-Ovelha, Roupeiro (Siria) e Trincadeira das Pratas (Tamarez. Mas podem participar do vinho, numa proporção de até 25%, as tintas Baga, Caladoc, Carignan, Cinsaut, Corropio, Grand Noir, Grenache, Tinta Grossa, Manteúdo Preto, Merlot, Moreto, Petit Verdot, Pinor Noir, Tannat, Tinta Barroca, Tinta Caiada, Tinta Carvalha, Tinta Miúda, Tinto Cão, Touriga Franca e Zinfandel e as brancas Alicante Branco, Alvarinho, Bical, Chadonnay, Chasselas, Diagalves, Encruzado, Gewurztraminer, Gouveio, Lairão, Malvasia Fina, Malvasia Rei (Assrio), Moscatel Graúdo, Mourisco Branco, Pinot Gris, Riesling, Sauvignon, Sémillon, Sercial, Tália, Verdelho, Viognier e Viosinho.
Todas as castas autorizadas para a elbaoração dos vinhos DOC podem ser usadas, em qualquer porcentagem, para a produção do Vinho Regional Alentejano.

Comissão Vitivinícola Regional Alentejana - e-mail: cvra@vinhosdoalentejo.pt

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