domingo, 22 de dezembro de 2013

Maior rede japonesa de varejo visitou vinícolas da Serra Gaúcha


 O mercado japonês deu um salto no ranking das exportações de vinhos brasileiros engarrafados do 8º lugar, em 2012, para 3º, em 2013, atrás apenas de Estados Unidos e Colômbia, com um volume de 51.872 litros. E a tendência é que o país asiático aumente sua representatividade do setor com ações como a que a Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimento (Apex-Brasil), parceira do projeto Wines of Brasil do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), está realizando. O escritório recebeu,  esta semana, compradores do Isetan Mitsukoshi, maior grupo de varejo do Japão. A  missão esteve na Serra gaúcha cumprindo agenda junto a vinícolas locais. 
A programação iniciou-se com uma apresentação institucional do Wines of Brasil e de dados do setor vinícola brasileiro realizada pela gerente do projeto do Ibravin, Roberta Baggio Pedreira. Conforme a gerente, apesar de não ser um dos cinco países-alvo do projeto – são eles Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Países Baixos, e China –, o Japão tem um grande potencial como mostra a ascensão à 3ª colocação no ranking das exportações. 
A iniciativa da Apex-Brasil tem o objetivo de fortalecer o posicionamento do Brasil junto aos segmento de produtos de alta qualidade e valor agregado, o chamado mercado de luxo. A ideia é que, após as negociações iniciadas nessa visita (além do setor de vinhos, os de vestuário, alimentação, design e cultura também fazem parte da ação), a rede japonesa realize uma grande promoção de produtos brasileiros, que, dependendo da resposta dos consumidores, prossiga por todo ano e se estenda por todas as lojas da marca. 
“A Apex tem possibilitado a aproximação do Wines of Brasil às mais importantes redes do mundo. A Isetan é a terceira que vem conhecer a região e o nosso trabalho por meio de uma ação promovida pela agência”, lembra Roberta. Em 2013 vieram ainda as grandes redes norte-americanas Walgreens e Central Market. 
A programação da missão da Isetan Mitsukoshi da Serra gaúcha foi intensa. Além da apresentação do Wines, o grupo visitou a Miolo Wine Group, Casa Valduga, Vinícola Aurora e Lidio Carraro, teve reuniões com Vinícola Perini e Vinícola Sanjo e um jantar de negócios com a Basso Vinhos e Espumantes. A agenda foi montada em função de contatos já iniciados e solicitações feitas pela rede de varejo.
Miolo e Valduga atravessam um importante momento de conquista do mercado japonês. Ambas fecharam contrato com a importadora Ikemitsu para  distribuição de vinhos naquele país. O primeiro pedido foi enviado agora em dezembro. Apesar de os negócios com as duas vinícolas  e os japoneses, nesse caso, não tenham relação direta com a parceria entre Wines of Brasil e Apex, as empresas salientam que a construção do caminho tem sido graças ao projeto. Conforme a gerente de Exportação da Casa Valduga, Elisa Walker, os recursos para mercado externo são utilizados aproveitando os eventos nos quais a iniciativa  marca presença divulgando os vinhos nacionais. “A maioria das vinícolas usa o planejamento do Wines para se basear”, diz. 

Para a gerente de Exportação para Ásia e Américas da Miolo, Morgana Miolo Valenti, o apoio da Apex através do Wines of Brasil é fundamental. “Conversamos com esses compradores nas mais importantes feiras do mundo onde vamos com o projeto, participamos das rodadas de negócio promovidas por ele. É importante para  despertar o interesse e consolidar a imagem do vinho nacional”, argumenta. A respeito da visita da rede Isetan, Morgana reforça a importância para os japoneses entenderem um pouco mais a sobre da região, verificarem a seriedade e organização das industrias. “Os japoneses precisam ver para acreditar”, comenta. Embora no bolo de exportações da vinícola os orientais ainda não tenham destaque, a situação tende a se modificar. “As expectativas são excelentes. O pessoal da Ikemitsu já confirmou que fará um segundo pedido em janeiro”, conta.

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