sexta-feira, 24 de maio de 2013

Câmara da Ovinocultura-RS debate investimentos de R$ 1,6 milhão para o setor

Conforme informação enviada por Juliana Brum, da secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do RS, durante reunião ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Ovinos, realizada na tarde de quinta-feira (23), na sede da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, foram apresentados seis projetos demandados pelo setor e que fazem parte do Programa de Desenvolvimento da Ovinocultura Gaúcha.
O primeiro projeto foi apresentado pelo coordenador do Serviço de Doenças Parasitárias e do Programa Estadual de Sanidade Ovina do Departamento de Defesa Agropecuária (DDA) da Seapa, Ivo kohek, e visa o combate da sarna ovina no Rio Grande do Sul. Entre os anos de 2000 e 2010 foram registrados apenas 15 focos em todo o Estado. Nos últimos três anos o problema se agravou consideravelmente e já foram encontrados 45 focos, a maioria na região de fronteira com o Uruguai. Ivo Kohek salientou que em Santana do Livramento vem sendo realizado um trabalho de controle em 20 propriedades, onde mais de 11 mil animais foram dosificados em duas etapas. A ideia é seguir com estes mutirões e entre as futuras ações do Serviço Veterinário Oficial (SVO) estão a criação de um grupo de trabalho para doenças parasitárias e a montagem de um kit para diagnóstico a campo.
Na ocasião, o secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, destacou que os produtores precisam ser avisados da importância de que o SVO seja informado caso haja o surgimento de um foco de sarna na sua propriedade. Mainardi sugeriu que seja encaminhada pelo DDA uma proposta de difusão de informações através de materiais informativos no sentido de combater a doença e que até o final do ano sejam eliminados todos os focos existentes no estado. Além disso, também deve ser elaborado um projeto para arrecadar recursos para a sanidade ovina no que diz respeito ao combate à sarna, piolho, verminoses e outras enfermidades.
A segunda pauta do encontro diz respeito ao Projeto de Melhoramento Genético das Raças Produtoras de Lã, apresentado pelo presidente da Cooperativa de Lãs Tejupá, Carlos Leal. O objetivo da proposta é organização e integração dos principais agentes da cadeia produtiva da lã, a partir do desenvolvimento de métodos específicos para que o produtor possa oferecer um produto de qualidade. Segundo Leal, a realidade da ovinocultura gaúcha mudou muito nos últimas duas décadas, época em que existiam 20 cooperativas no Estado. Hoje são apenas três e a maioria dos produtores vende a lã para atravessadores a um preço único, apenas diferenciado por raça. Portanto, o projeto consiste em disponibilizar aos produtores um aparelho para a medição da lã. A primeira ação seria a identificação dos animais e a seleção dentro do padrão racial. O projeto, orçado em R$ 310 mil, será realizado em parceria com diversas entidades, entre elas associações, órgãos públicos e universidades.
Uma vez que a lã deixou de ser comercializada somente para a fabricação de tecidos para o frio, sendo que hoje boa parte da sua venda é destinada também a tecidos finos, surgiu o Projeto Merino Fino. Entre as ações do projeto está a criação de normas para a tosquia com a implantação do sistema internacionalmente adotado Tally Hi, além de desenvolver práticas para o condicionamento de lã na propriedade e certificar normas e sistemas. Conforme Leal, o Rio Grande do Sul é um grande produtor de lã merina, mas sua finura precisa ser ajustada para que seja agregado valor. O custo estimado para o desenvolvimento do projeto é de R$ 150 mil.
A implantação da Esquila Tally Hi é outra proposta que surgiu na Câmara Setorial da Ovinocultura. O Projeto visa melhorar a qualidade da esquila e a valorização da lã gaúcha, através da disponibilização de cursos para a qualificação da mão-de-obra. Serão beneficiados 350 esquiladores e o total do investimento é de aproximadamente R$ 200 mil.
Durante a reunião ainda foram apresentados o Projeto de Incremento da Ovinocultura Leiteira no RS, pelo representante da cadeia do leite ovino, Márcio Aguinsky, e os Projetos Cordeiro Gaúcho e de Melhoramento Genético de Reprodutores das Raças de Lã e Mistas, apresentados pelo presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), Paulo Schwab.
Todos os projetos apresentados nesta reunião somados chegam ao investimento de 1,6 milhões. A pauta será levada para aprovação do conselho do Fundo de Desenvolvimento da Ovinocultura, em reunião agendada para o dia 4 de junho.



Reunião da Câmara de Ovinocultuta com secretário Luiz Mainardo
Foto: Vilmar da Rosa

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