terça-feira, 24 de julho de 2012

Vinicola Viadrigo – Venda de vinho até de madrugada







Fabiane Viadrigo
Foto DU/JN


A vinícola é pequena, mas as ideias e os projetos são grandes. Estou me referindo à Vinícola Viadrigo, fundada por Dona Marieta, em 1954, bisavó de Fabiane Viadrigo, a enóloga que atualmente toca o projeto, junto com a mãe e o pai. Também desempenhou papel importante, no início, o avô Orlando. Começaram num pequeno porão, hoje usado como restaurante, inicialmente com vinhos de mesa e hoje também com de viníferas. No fim do ano, a entusiasmada Fabiane, uma moça bonita, que também foi Raínha da Fenavindima, em 2007, pretende lançar um espumante. Os vinhos de mesa são os Vinícola Viadrigo e os finos os Famiglia Viadrigo, numa produção anual de 350 mil litros, com uvas próprias e recebidas de 10 produtores parceiros.
Entre 60% e 70% do produto engarrafado, é vendido nas próprias instalações da Veadrigo, onde Fabiane, a mãe e o pai recebem turistas, visitantes da região e até caminhoneiros, que chegam a qualquer hora, inclusive de madrugada, porque conhecem a qualidade do vinho e querem levá-lo para suas cidades de origem em São Paulo, Rio e Curitiba. Vinho a granel, ela vende para o Rio e São Paulo.
Interessada em desenvolver o enoturismo, Fabiane montou uma extensa programação festiva, com almoços e jantares típicos, preparados por ela e a mãe, e menarostos, preparados pelo pai. Menarosto é um prato típico da região de colonização italiana, geralmente carnes de codornas, de coelhos, de frangos e de porcos, assadas por mais de cinco horas num grande cilindro de espetos que fica girando próximo ao fogo. No passado, quem ocupava o lugar das codornas eram os passarinhos da região, abate hoje proibido pelo Ibama. Nos almoços e jantares, sopa de agnolini, pão, salada mista, salada verde, principalmente com pissacan (radicci do mato), que tem este nome porque geralmente nasce espontâneamente perto de postes, e os colonos dizem que é “onde os cachorros mijam”, maionese, tortéi, polenta frita, queijo frito, fortáia, galeto, lombinho e churrasco, café com grostoli, pudim, sagu e creme.
Não satisfeita, Fabiane está desenvolvendo um roteiro especial na região em torno de sua vinícola, com a Associação Nostra Merica, em homegem a Angelo Giusti, autor da canção “típica” mais cantada em toda a região de colonização italiana, Merica, Merica, Merica, e que tem seu túmulo nas proximidades de São Roque, Nossa Senhora do Carmo, São Vitor e Lagoa Bela. O programa vai ter turismo rural, mostrando o que o colono ainda faz nos dias de hoje, plantando uva, fazendo vinho no porão de casa, amassando e assando pão, preparando agnolines, fazendo graspa em alambiques rústicos, se regalando em colaziones (uma espécie de farto café da manhã, inclusive com vinho). O projeto tem apoio do Sebrae-RS e compreende, também, um museu sobre os costumes dos imigrantes e a reconstrução do velho alambique de graspa da família.
Os vinhos mais solicitados nas mesas do restaurante da Viadrigo são, entre os de mesa, o tinto comum Bordeaux, elaborado com uva Isabel, o Niágara branco e o rose de Bordeaux. Entre os vinhos finos, Moscato de Alexandria, Malvasia de Cândia, Rosé de Cabernet Sauvignon, Cabernet Sauvignon, Merlot e Espumante Moscato Brut.

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