quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

A lã voltou a ter bons preços e entusiasma os gaúchos


Um belo exemplar de merino australiano, raça que voltou a ser valorizada, graças aos novos preços internacionais da lã
Foto Arfio Mazzei

Olímpio Guerra, criador de merino australiano
Foto Danilo Ucha
...................
Depois de quase 30 anos de uma crise que derrubou a ovinocultura do Rio Grande do Sul – o rebanho caiu de 13 milhões de cabeças para apenas 3 milhões – os heróicos criadores que não desistiram totalmente da ovelha-lã (substituida, pela maioria, pela ovelha-carne) estão rindo sozinhos, pitando em silêncio seu cigarrinho de palha e abrindo um bonito velo com os dedos acostumados ao toque delicado. O quilo de lã, que em conseqüência do desenvolvimento dos tecidos sintéticos, chegou a cair para menos de R$ 1,00, voltou a ser valorizado e já na safra de 2011 houve criador de ovelha merino australiano de lã super fina que vendeu o produto a R$ 15,50 o quilo. Neste ano, a China, o principal comprrador, ainda não abriu os preços, mas isso deverá ocorrer em breve e, segundo o zootecnista Olímpio Guerra e seu irmão Alexandre Guerra de Guerra, veterinário, tradicionais criadores de merino australiano na Estância São Marcos, de Arnold Fernandes Guerra, nos campos de Rosário do Sul, “os preços serão muito bons”. Velhos criadores de ovelhas-lã, que nunca se conformaram em perder seus rebanhos, deixaram de choramingar pelos cantos e estão voltando, radiantes, a povoar seus campos com lanígeras.
Tudo isso graças à melhoria dos preços porque China, Japão e Korea, compradores de lãs grossas, e França, Inglaterra, Alemanha e Holanda, compradores de lãs finas, voltaram ao mercado com ênfase. O Príncipe Phillip, da Inglaterra, de uma força especial à lã, porque encomendou todo o enxoval do seu filho casadoiro na Austrália, elaborado com a melhor lã daquele País. A França deu outra força ao mercado: passou a produzir lingerie com base em lã super-fina e colocou o produto natural novamente na moda. Se a família Real usa e se a França aprova, por que não vamos usar, se perguntaram os consumidores. Resultado: todo o mundo quer comprar lã.
Tão empolgado está, Olímpio chegou a preparar um estudo mostrando que é mais rentável criar ovelha-lã do que gado bovino. Com R$ 100 mil, em um ano, ganha-se R$ 91.515,00 com merino australiano, enquanto, com o mesmo dinheiro aplicado na bovinocultura de corte, o faturamento será de apenas R$ 59.200,00. Se você ficou interessado em mais detalhes, escreva para o Olímpio Guerra: olimpioguerra@bol.com.br

Nenhum comentário: