domingo, 13 de fevereiro de 2011

Exportação de vinho brasileiro engarrafado somou US$ 2,29 milhões em 2010


Andréia Gentilini Milan, gerente do Ibravin-Apex
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Resultado é praticamente igual ao de 2009, quando foram vendidos US$ 2,30 milhões de vinho brasileiro ao exterior. Para 2011, a expectativa é aumentar em 90% o faturamento das empresas associadas ao projeto Wines of Brasil. As vinícolas brasileiras integrantes do projeto setorial integrado Wines of Brasil, realizado em parceria entre o Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), exportaram US$ 2,29 milhões em 2010, praticamente o mesmo valor de 2009, que foi de US$ 2,30 milhões. “Apesar de um ano de crise, com o câmbio desfavorável às exportações, as empresas conseguiram manter praticamente o mesmo faturamento de 2009”, analisa a gerente de Promoção Comercial do Wines of Brasil, Andreia Gentilini Milan.
Para este ano, a expectativa é aumentar em 90% as exportações de vinho brasileiro fino engarrafado, alcançando US$ 4,4 milhões, muito próximos dos US$ 4,68 milhões de 2008, o melhor resultado conquistado pelo projeto. Das 36 vinícolas associadas ao projeto, 18 são exportadoras, sendo que, destas, 13 efetuaram vendas ao exterior no ano passado. O Wines of Brasil tem o objetivo de posicionar o produto brasileiro no mercado internacional por meio da promoção do vinho fino engarrafado.
A Inglaterra foi o principal destino do vinho brasileiro em 2010. Em 2009, a Inglaterra ocupou apenas a 9ª posição entre os países importadores de vinho do Brasil. Os Estados Unidos perderam a liderança para a Inglaterra e ficaram no segundo lugar em 2010. Em seguida, no terceiro posto, ficou a Holanda, recuperando terreno perdido em 2009, quando esteve na 6ª colocação. A Alemanha foi o quarto país que mais comprou vinho brasileiro no ano passado. “O bom desempenho na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Holanda e na Alemanha é resultado direto das nossas ações nestes mercados, com a participação em feiras e promoção de eventos de degustação”, comenta Andreia.
As exportações de vinho brasileiro em geral alcançaram US$ 6,82 milhões em 2010, ante US$ 10,1 milhões em 2009, puxadas pelas vendas de vinho a granel para a Rússia. Em 2009, foram comercializados US$ 6,7 milhões em vinho a granel (97% para a Rússia). Em 2010, a exportação de vinho brasileiro a granel caiu para US$ 2,9 milhões (US$ 2,3 milhões para a Rússia e o restante para o Paraguai).
Conforme a gerente de Promoção Comercial do Wines of Brasil, o valor médio das empresas integrantes do projeto continua maior (US$ 2,15 o litro) que a média do Brasil (US$ 0,62 o litro). Este valor, 246% maior, mostra, segundo ela, que as empresas participantes do Wines of Brasil estão alinhadas ao planejamento setorial e estão buscando exportações com valor agregado em seus produtos. O valor médio por litro exportado pelas empresas que lideram o ranking das exportações cresceu 63%, aumentando de US$ 2,46/litro em média para US$ 4,03/litro. Estes valores são em FOB (Free on Board, ou seja, no porto, sem frete e sem impostos que incidem nos produtos comercializados no Brasil).
“O ano passado foi um período de reposicionamento do vinho brasileiro, onde as empresas tiveram de abrir mão de volumes e buscar nichos de mercado com maior valor agregado, em lugares não tão afetados pelas questões cambiais”, explica Andreia. Segundo ela, o trabalho realizado nos oito mercados-alvo – Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Hong Kong, Países Baixos, Polônia, Reino Unido e Suécia – vem apresentando gradualmente resultados positivos, como o aumento nas exportações em três países (Reino Unido, Holanda e Polônia) e aumento do preço médio por litro exportado em seis dos oito mercados prioritários (Alemanha, Estados Unidos, Canadá, Estados Unidos, Suécia e Hong Kong). “Ampliamos, diversificamos e consolidamos a presença dos vinhos brasileiros nos mercados-alvo escolhidos”, destaca Andreia.
Em um ano de transição, o Wines of Brasil proporcionou às empresas associadas a oportunidade de adequarem seus produtos, se necessário, para o mercado alemão e norte-americano, após análise realizada durante as “Brand Analysis” especificas programadas para esses países. Duas vinícolas desenvolveram um trabalho específico no mercado inglês. A Miolo elaborou uma linha de vinhos, Alísios do Seival, somente para ser exportado para o mercado inglês. E a Aurora criou uma linha de espumantes específicos para a Inglaterra, fruto de um trabalho que vem sendo desenvolvido após eventos e feiras junto ao seu importador. As primeiras exportações serão realizadas este ano.
O Wines of Brasil, que iniciou suas atividades em 2002, com a adesão de apenas seis vinícolas brasileiras, conta hoje com 36 empresas, sendo que 21 delas já efetivaram exportações. Em seis anos de trabalho, o valor exportado aumentou 20 vezes, subindo de US$ 231 mil em 2003 para US$ 4,68 milhões em 2008, um incremento de 1.927%. Justamente em 2008 os negócios encaminhados pelas empresas integrantes do projeto somaram exatamente o dobro das exportações de vinhos e espumantes de 2007.
Assim como 2010, o ano de 2009 foi de dificuldades, especialmente devido ao câmbio desfavorável. As exportações de vinhos brasileiros caíram pela metade na comparação com o excelente ano de 2008. Para reagir, o Wines of Brasil procurou focar o trabalho em oito mercados-alvo para a promoção dos vinhos brasileiros no exterior. Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Hong Kong, Países Baixos, Polônia, Reino Unido e Suécia foram os países escolhidos para receber a maior atenção e investimentos do Wines of Brasil em 2010 e 2011, com vistas às exportações de vinhos e espumantes verde-amarelos.
A estratégia deu resultado, apesar do volume ainda ser pequeno. Mas por que investir tanto no mercado externo, se o mercado brasileiro é imenso e cobiçado por todos os países produtores de vinhos do mundo? Andreia Gentilini Milan tem a resposta na ponta da língua: “O sucesso das exportações de vinho fará o consumidor brasileiro diminuir seu pré-conceito quanto aos nossos produtos, tornará nossos produtores mais competitivos principalmente no mercado doméstico e dará ao setor visibilidade, reconhecimento e a capacidade de se anteceder a tendências mundiais.”
Ranking dos países que mais compraram vinho brasileiro em 2010:
1º Inglaterra
2º Estados Unidos
3º Holanda
4º Alemanha
5º Paraguai
6º Colômbia
7º Suíça
8º Polônia
9º Japão
10º Dinamarca
Ranking dos países que mais compraram vinho brasileiro em 2009:
1º Estados Unidos
2º Alemanha
3º Colômbia
4º Japão
5º Portugal
6º Holanda
7º Suíça
8º Canadá
9º Inglaterra
10º Angola

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