terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Programa de revitalização da ovinocultura gaúcha

Nos meus 48 anos de jornalismo (desde 1962), muitos deles dedicado à cobertura agropecuária, ouvi vários governo prometerem programas de apoio à ovinocultura gaúcha e muito pouco foi feito. Tanto que o rebanho do Rio Grande do Sul caiu de 13 milhões de cabeças para 3 milhões.
Um novo governo chegou ao Palácio Piratini e o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, voltou a falar em programa de apoio aos criadores de ovinos. Como ele próprio é um criador de ovelhas e sabe as dificuldades do setor, é possível que saia este apoio.
Secretário foi palestrante da III Agrovinos, em Bagé, e apresentou propostas que devem integrar o Programa de Desenvolvimento da Ovinocultura Gaúcha, a ser lançado pelo Governo do Estado. Uma das idéias sugere a criação de uma linha de crédito para retenção de matrizes. A Agrovinos se realizou no Parque da Associação Rural do município, paralelamente à II Exposição Nacional de Ovinos Corriedale.
De acordo com o Secretário, a ação serviria para fazer com que os produtores não mandassem para o abate as matrizes, na perspectiva de fomentar a ampliação do rebanho gaúcho. Embora os números não sejam conhecidos, houve, de acordo com relato de representantes da indústria, especialmente nos últimos anos, em função da valorização da carne ovina, abate expressivo de fêmeas. “Queremos oferecer condições para que o ovinocultor não precise recorrer a esse expediente e isso se dará por meio de uma linha de financiamento que pretendemos implantar junto ao sistema bancário estadual”, explicou Mainardi. Paralelamente, seria criado um fundo, que atuaria como equalizador dos juros e garantidor solidário dos pagamentos. A proposta foi bem recebida pelos presentes. O presidente da Arco, Paulo Schawb, disse que a medida é importante para o incremento da produção de ovelhas no estado.
Mainardi também pregou medidas duras de fiscalização e de combate ao abigeato. “O estado abateu, no ano passado, cerca de um milhão de cabeças, mas apenas 277 mil nos frigoríficos. O restante foi em abate clandestino. E isso tem que ser reduzido drasticamente”, comentou o Secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio. Ele ainda ressaltou a contratualização como forma de dar segurança para investimentos de médio e longo prazo. “A indústria deve firmar com os produtores contratos justos, estabelecendo preços e volumes de produção”, esclareceu.
O presidente da Associação Bageense de Criadores de Ovinos (Abaco), Geraldo Brossard de Melo, disse que os ovinocultores atualmente não têm segurança. “A nossa cadeia produtiva está desorganizada, há um descompasso entre a pesquisa e a extensão”, esclareceu, aproveitando para acrescentar que o setor tem um caminho longo e árduo pela frente. “No entanto, as dificuldades, segundo Melo, não desanimam porque há uma grande confiança no potencial da ovinocultura”.
Schawb disse que as propostas de Mainardi dão um novo ânimo à criação ovina. “Saímos entusiasmados porque fomos convencidos de que, a partir de agora, teremos o apoio do Governo do Estado e que temos um grande parceiro na Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio”, concluiu o presidente da Arco.
Mainardi informou que a Seapa está iniciando debate para a construção do programa e que esta tarefa terá que envolver e comprometer todos os atores da cadeia produtiva.

Um comentário:

loraine disse...

Tenho uma loja especializada em carne de cordeiro em Brasilia - Le Mouton. Infelizmente o RS( minha terra, sou de Itaqui)tem dificuldade em relação a cadeia produtiva para ovinos. Sou apaixonada pela carne e estou correndo atrás de parcerias, pois a demanda aumentou significativamente.Acredito que esse é o momento.
Adoro teu blog!

Loraine