terça-feira, 30 de março de 2010

Mais um mistério na ovinocultura

Alguém está enganando alguém. Você acredita que o Distrito Federal , o Mato Grosso e o Tocantins, em 2009, não abateram nenhum ovino? Que o Ceará – grande consumidor de “carne de carneiro”, como eles dizem - abateu apenas 53 e Santa Catarina 479, isto no ano todo? Até pode ser que algumas regiões, como o Distrito Federal, não tenham frigoríficos, mas os números dos seus estados vizinhos, que poderiam abater por Brasilia, são muito pequenos também.
Como diz o jornalista Nelson Moreira, especialista em ovinos: “Os números são surpreendentes e, na minha opinião podem revelar duas coisas: - Falta total de estutura da vigilância sanitária para conter os abates clandestinos ou falta de pessoas que notifiquem para o setor estatístico o que realmente vem acontecendo. “
Eu acrescento: falta total de fiscalização. Estamos comendo carne sem controle sanitário e de higiene e os governos estaduais e federal estão perdendo uma boa grana pelo não pagamento dos impostos vigente sobre a venda de carne. Se a coisa continuar assim, vamos ter que fazer como o pessoal do vinho, que conseguiu com o ministério da Fazenda um selo fiscal sobre o vinho para evitar a concorrência desleal. Vamos sugerir um selo fiscal para a carne ovina! Pela nossa saúde, pelo erário público e pelo desenvolvimento do setor com honestidade, competitividade e rentabilidade.
Todo mundo sabe que, no Distrito Federal, há criadores de ovinos e uma feira nordestina muito forte na qual são vendidos pratos com carne ovina. De onde vem esta carne? Não deve ser a importada, como a que é consumida pelo meu amigo Aldo Renato em seus fins-de-semana brasilienses.
Como diz o Nelson, “eis aí um mistério!”.
E, para que meus leitores não fiquem pensando que inventei estes números surpreendes, taí o endereço do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, onde se encontra a estatística Quantidade de Abate Estadual por Ano. Confira você mesmo: http://extranet.agricultura.gov.br/sigsif_cons/!ap_abate_estaduais_cons
Mas, para economizar seu tempo, eis os números de abate de ovinos em 2009, segundo o Mapa:
Bahia - 5.757
Ceará - 53
Distrito Federal - 0
Goiás - 3.859
Mato Grosso - 0
Mato Grosso do Sul - 5.278
Minas Gerais - 1.414
Paraná - 664
Rio Grande do Norte - 1.061
Rio Grande do Sul - 291.386
Santa Catarina - 479
São Paulo - 21.319
Sergipe - 3.415
Tocantins - 0
Total no pais - 334.685

2 comentários:

Anônimo disse...

Sou morador do DF, grande apreciador da carne de cordeiro. O Distrito Federal e entorno produz carne de ovinos que é vendida, entre outros lugares, pela rede Carrefour o Extra, só para citar duas grandes redes. Muitas vezes nnao ee cordeiro ma sovino de mais de 6 meses de idade. cordeiro mamão como ee o "lechazo" espanhol nåo existe lamentavelmente. O abastecimento não é muito regular mas sempre encontro cordeiro de qualidade razoável produzido localmente. Porquê não aparece nos números do MAPA? Tem muito abate clandestino, tem muita carne que entra clandestinamente de Goiás e Minas Gerais e certamente tem deficiencias na colheita de dados porque as redes de supermercados não compram carne clandestina e eses números nnao podem ser 0.

Outra fonte de cordeiro vendido em distribuidoras de carnes finas e em acougues nos bairros mais nobres é o cordeiro em cortes especiais gastronômicos produzidos no Uruguay (file mignon, picanha, costela corte frances, carre, etc).
Em viagens a Uruguay tentei fazer pratos com estes cortes e não e encontram no mercado interno. Vai tudo para exportação. Assim como o caviar que é produzido lá que se encontra em São Paulo mas não se vende no Uruguay. Nome Black river

Juan Jose Verdesio
Vicepresidente da ABS Brasilia

Anônimo disse...

Gostaria de acrescentar que o famoso bodódromo de Petrolina uma boa parte da carne não de bode mas de ovino. Estou fazendo um trabalho de consultoria para o Minsiterio da Integração e sei que mais de 70 % da carne consumida nnao tem controle sanitário na região. Uma das nossas propostas para o MI é a que se emnciona de selo de qualidade dos produtores que sigam as exigências mínimas de qualidade e controle sanitário. Digo mais: não se sabe quanta da carne de qualidade consumida nos melhores restaurantes é a importada do Uruguay e quanto local.

Juan Jose Verdesio
Vice pres. da ABS Brasília