sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Consumo de cordeiro ajuda a ampliar ovinocultura nacional

A preferência pelo consumo de carne de cordeiro está ajudando a ampliar a ovinocultura nacional. Apesar de os números de 2009 registrarem queda nos leilões, os investimentos em genética vêm crescendo. Na Exposição de Piracicaba, uma das principais de ovinos e caprinos do interior paulista, os criadores discutem uma forma de equilíbrio no setor.
Assim como na pecuária bovina, os julgamentos são certamente o momento mais importante para os criadores. Os melhores animais na visão do juiz serão os mais valorizados nos leilões. Por isso que Fernando Benato, criador da raça Santa Inês, não perde uma exposição.
— O que nos satisfaz é ver o resultado dentro da pista, com o animal sendo julgado — disse Benato.
O criador trouxe 24 animais para a exposição de Piracicaba, o que significa quase 10% do seu rebanho. Outros 50 criadores também estão expondo no local. Ao todo, são 600 animais das principais raças de corte criadas no Brasil: Santa Inez, Dorpper e White Dorpper, e 500 deles vão a julgamento. Todos puros da raça.
— É uma exposição que traz uma pista, como dizem os criadores de pista, os que criam elite, ‘uma pista pesada’ — afirmou o presidente da Associação de Caprino-ovinocultores de Piracicaba, Jaime Grisotto. O problema é que o mercado de produção de carne cresce apenas neste segmento. O consumo tem aumentado em 20% a cada ano.
Para o mercado de elite, entretanto, dos animais de pista, os negócios não foram muito bons neste último ano. O faturamento e o número de lotes nos leilões caíram. Segundo os criadores, o motivo ainda é a crise de 2008.Foi quando o número de lotes passou de 24 mil durante todo o ano. A média de preços dos animais chegou em 2008 a R$ 2,4 mil nos leilões. Já no ano passado, foram leiloados 19,6 mil lotes de ovinos, com média de R$ 1.388 por animal. A crise deixou muitos receosos em investimentos, mas não foi um ano ruim para todo mundo, pondera o representante dos criadores da região de Piracicaba.
— Aumentou bastante a oferta de animais — avaliou Grisotto.
A Exposição de Piracicaba, de certa forma, abre os negócios para este ano. Os criadores esperam, apenas com os leilões, um faturamento de mais de R$ 700 mil. Os organizadores esperam mais que isso. Marcio faz parte da Associação Paulista de Criadores e diz o que ainda desafia o crescimento do setor.
— A ovinocultura como um todo não pode ficar limitada ao crescimento de apenas um elo da cadeia. Então, a gente não quer que somente a genética melhore e cresça, mas também os rebanhos comerciais, a parte de insumos, de serviços, assessoria, tem que crescer a parte comercial principalmente, logística — disse o técnico da Aspaco, Márcio de Oliveira.A organização é também um desafio para os criadores de caprinos. Este é o segundo ano que eles participam desta exposição. Trouxeram 30 animais.— São selecionadores de genética, animais que se destacam no rebanho. Eles vão para as feiras justamente para mostrar a força da atividade, que ela pode ser muito profissional, que você pode melhorar o seu rebanho, selecionando animais geneticamente superiores — acrescentou o superintendente da Capripaulo, Carla Noznica.

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