terça-feira, 21 de julho de 2009

Tecnologia inovadora diminui agrotóxicos e pesticidas

Uma tecnologia inovadora, que promete eliminar ou reduzir significativamente o uso de agrotóxicos e pesticidas, será apresentada nesta quinta-feira (23), a partir das 14h, no auditório da Embrapa Uva e Vinho (Rua Livramento, 515), em Bento Gonçalves/RS. A promoção do evento é do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), com a Lazo TPC do Brasil, dona da tecnologia TPC (Thermal Pest Control), ou seja, controle térmico de pragas – um processo de imunização de culturas agrícolas à base do ar quente. Conforme o gerente-executivo da Lazo TPC no Brasil, Diego Arpini Valerio, o jato de ar quente lançado sobre as plantas a uma determinada velocidade e temperatura elimina os fungos, bactérias e demais pragas, agindo unicamente na forma física nas plantas, ao mesmo tempo em que provoca reações fisiológicas com reflexos muito positivos na sua produtividade. As máquinas serão expostas no encerramento da atividade, por volta das 16h. “Estamos diante de uma tecnologia que pode se tornar um grande diferencial competitivo dos vinhos brasileiros”, comenta o diretor-executivo do Ibravin, Carlos Raimundo Paviani.
Descoberta no Chile por Florêncio Lazo, a tecnologia está sendo testada há dois anos no Rio Grande do Sul pelo enólogo Mario Geisse, diretor técnico da prestigiada vinícola Casa Silva, e proprietário da vinícola Cave Geisse, em Pinto Bandeira, na serra gaúcha. “Já no primeiro ano de uso, em 2008, obtivemos uma safra especialmente boa, com uvas (Chardonnay e Pinot Noir) sem qualquer resíduo de agrotóxico e de qualidade superior”, conta. Mas o resultado da última safra, de 2009, foi mais surpreendente. “Além de eliminarmos o uso de pesticidas e agrotóxicos, a análise das uvas encontrou a presença do dobro de resveratrol, uma substância que combate o envelhecimento das células, em comparação com as outras uvas tratadas com agrotóxicos”, destaca o diretor comercial da vinícola, Daniel Geisse.
O funcionamento da tecnologia é simples e fácil de manusear. Uma máquina rebocada por um trator lança um ar quente (a cerca de 150ºC e 200Km/h) nas plantas, utilizando um sistema de combustão de gás liquefeito de petróleo (GLP). “O jato de ar quente elimina fungos, bactérias e insetos”, assegura Daniel Geisse. A nova tecnologia ainda possui benefícios extras, como para a saúde dos trabalhadores, a diminuição do uso de água, contribuindo para a preservação do lençol freático, e uma queda nos custos de produção.
Segundo o gerente-executivo da Lazo TPC no Brasil, um estudo da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, concluiu que a máquina de ar quente reduz em 40% a emissão de dióxido de carbono em comparação com o uso de defensivos. “Estamos diante da varinha de condão do setor vitivinícola, que pode utilizar esta ferramenta revolucionária para estar na vanguarda da demanda mundial por produtos orgânicos”, observa o gerente de Promoção e Marketing do Ibravin, Diego Bertolini.
Na produção vitícola, o Brasil é o primeiro país a usar esta tecnologia, que ainda se presta para o cultivo de tomate, café, pêssego, kiwi, maça, melão, abacaxi, laranja, morango, entre outras. As máquinas TPC estão em operação no Chile, Nova Zelândia, Estados Unidos, África do Sul, Argentina, México e outros países europeus.

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