quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Reforço para a ovinocultura

A ovinocultura, que já vinha sendo apresentada como alternativa rentável para a pequena propriedade, porque requer pouca área e baixo investimento e garante retorno financeiro mais rápido, agora vai ganhar uma atração muito maior. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária dos Campos do Sul, com sede em Bagé, está começando a disseminar as ovelhas com gens Booroola, que garante, aritmeticamente, mais de uma cria, no mínimo duas, por fêmea. Um criador que possui 100 ovelhas e costuma tirar 70 cordeiros por ano agora poderá tirar 140 cordeiros das mesmas 100 fêmeas e na mesma área de terras.
Por enquanto, as pesquisas foram feitas com ovinos corriedade e texel. O criador David Fontoura Martins, de Santana do Livramento, um dos pioneiros da introdução da raça texel no Brasil e dono de um dos maiores rebanhos da raça no País, faz parte do projeto de pesquisa da Embrapa e garante que a criação de ovinos com o gens Booroola, pelos pequenos proprietários, rende mais que a criação de suínos e de frangos e exige muito menos trabalho. "Com 10% do trabalho exigido pelos porcos e pelos pintos, obtém-se uma renda superior a R$ 2 mil por mês, quando no frango o mesmo pequeno proprietário conseguiria, no máximo, R$ 600,00", garante Martins.
A Embrapa, por sua vez, confirma: "O uso das ovelhas Booroola em rebanhos comerciais tem o potencial para aumentar a média de produção atual do Estado, que é de 70 cordeiros desmamados produzidos por 100 ovelhas paridas, para 100 cordeiros desmamados de 70 ovelhas paridas usando a mesma área pastoril." O ideal, segundo a Embrapa, é que todas as ovelhas parissem gêmeos, mas, geralmente, nascem três ou mais cordeiros, o que aumenta os cuidados para que sobrevivam.

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